23.1.07

É comum falar da falta de humor na obra de Proust, particularmente na Recherche. É comum, mas está errado. Adivinho em Proust o folgazão subtil, de humor nada pueril e meigo, que, pactuando sabe-se lá com que demónios, conseguiu infiltrar, na trindade, sangue, lágrimas e sémen, personagens tão genialmente cómicas como os infâmes Verdurin.

(parte I de muitas)